Uma pista singela
Visitar a casa de um desconhecido é sempre um ato de intimidade. Nada expõe tanto o outro quanto seu próprio habitat.
Não se trata da arquitetura do local, pois esta nem sempre temos oportunidade de escolher.
Mas sim dos objetos, da disposição dos móveis, dos papéis que se acumulam num canto despercebido.
Quando faço estes tipos de visita, tenho o hábito (talvez indelicado, eu assumo) de reparar nos livros e vinis que estão nas prateleiras. Não que isto vá me dizer quem é aquele que estou diante. Não se deve julgar um livro ou disco pela capa, assim como não se pode julgar através deles seus donos. Mas é uma pista singela. E é sempre por sutilezas que demonstramos o que temos de melhor.