Entrevista: Durval Amorim


Se você ama o Rio de Janeiro e também ama dar umas voltinhas de bike, com certeza vai adorar o trabalho de Durval Amorim. Apaixonado pela arquitetura carioca, o designer começou a aquarelar alguns edifícios do Rio e aos poucos foi introduzindo as bicicletas nas paisagens. O resultado é a linda série que ganhou o nome de “No Rio, De Bike”. Ficou curioso para conhecer mais? Confira a entrevista! :)

Como foi despertada a sua paixão por aquarelas? 

Começou há uns dois anos. Sou Designer de Interfaces Digitais e estava sentindo falta de fazer algo mais manual, sem precisar de computador. Comecei a pesquisar e uma amiga do trabalho me sugeriu a aquarela, que eu já conhecia mas nunca tinha investido. Pesquisei alguns cursos e decidi fazer uma aula experimental, foi aí que descobri o atelier onde faço aulas até hoje.


Conta pra gente como é o seu processo criativo. Como faz pra escolher os lugares do Rio?

Eu passo dia inteiro pensando em aquarelas, principalmente quando estou na rua, quase tudo que eu vejo eu penso: “isso daria uma linda aquarela”. Tenho um board secreto no Pinterest onde vou guardando todas a ideias para próximos desenhos, mas geralmente a aquarela da semana vem a partir de um impulso – ou porque vi uma foto bacana no Instagram, ou porque estive num lugar que eu amei. Depois de escolhido o local, começo a pesquisar outros ângulos pra chegar numa composição que eu acho perfeita pro desenho. O Google Street View é uma ferramenta muito boa para essa pesquisa. No caso da série “No Rio, de Bike”, a bicicleta nunca pertence a foto que originou o desenho, eu sempre saio à procura do ciclista que vai aparecer na minha aquarela. Depois que a composição está pronta começo a pensar na paleta de cor. E quando estou em casa, gasto um tempinho escolhendo a trilha sonora, que eu acho fundamental. Quando estou no atelier com minha professora sempre ouvimos música clássica.


Como surgiu a ideia da série “No Rio, De Bike”? Qual a sua aquarela favorita?

A ideia da série nasceu quando vi uma foto de um amigo publicada no perfil do Instagram @cicloviasinvisiveis. Eles publicam fotos de pessoas com suas bikes pela cidade e defendem o direito dos ciclistas de pedalarem nas vias. As minhas aquarelas até então quase nunca tinham pessoas e eu queria muito colocar gente nos meus desenhos. Aí decidi fazer a aquarela do amigo de bicicleta e quando terminei pensei em fazer uma série pequena de bikers andando pela orla do Rio de Janeiro. Comecei a ficar animado com o resultado e decidi incluir a cidade toda, aí nasceu “No Rio, de Bike”. A minha aquarela favorita é a que eu fiz com o ciclista surfista em frente ao Copacabana Palace. Adoro a paleta de cores.


Qual seu lugar favorito do Rio de Janeiro?

Essa é uma pergunta difícil, eu AMO vários lugares dessa cidade. Tenho um carinho grande por Copacabana porque morei lá durante muito anos. Gosto muito também do centro do Rio, adoro passear pela Rio Branco vendo os prédios antigos. Curto também a praia do Flamengo que tem vários prédios sensacionais, sou fã do Edifício Biarritz, é o prédio mais lindo da cidade, eu queria morar ali. Já fiz uma aquarela da fachada dele mas vou fazer outra em breve pra incluir na série das bikes.


Você expôs pela primeira vez recentemente e foi um sucesso, né? Conta mais sobre a sua experiência com exposição e venda por lá – se desapegar delas não deve ser nada fácil!

Foi ótimo participar do GAMA, curti muito conversar com as pessoas sobre o meu trabalho e ouvir as opiniões sobre minhas aquarelas, foi um dia muito especial. Tinha muitas dúvidas se alguém iria querer comprar algum trabalho meu, e não é que acabaram comprando? :) No início tive essa questão do desapego sim, não queria me desfazer dos meus desenhos, mas quando fiz a primeira venda comecei a ver por outro lado. Achei incrível imaginar que os desenhos vão estar na parede de outras pessoas, fazendo parte de alguma forma da vida delas.


O que você diria para quem gostaria de trabalhar com arte mas não sabe por onde começar?

Eu acho fundamental pesquisar a melhor forma de se expressar, aquela com que você mais se identifica, é um processo de autoconhecimento, mas lembre-se que isso tem que caber na sua vida, no seu cotidiano, senão você não vai conseguir praticar. Pra mim o mais importante de tudo é arranjar um tempo pra praticar, a gente só aprende errando e antes de fazer algo que você realmente considera bom você vai ter que errar muito, não tem outro jeito. Encontrar um bom professor também ajuda, eu tive muita sorte, a minha professora é sensacional.


Existem outras séries que você tem em mente? O que podemos esperar de projetos futuros?
Tenho duas ideias prsa novas séries de aquarelas e já estou guardando referências, mas não desenvolvi muito. Acho que o “No Rio, de Bike” ainda vai durar um tempo, ainda tem muito lugar bacana na nossa cidade para eu pintar. O Rio de Janeiro me inspira o tempo todo. Eu amo essa cidade!


Talento puro! Pra acompanhar todas as novidades do Durval, segue lá no insta! ;)

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* esse post foi publicado primeiro aqui, na minha colaboração para o blog AdoroFarm.

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